Texto Inicial do Projeto de Lei
PROJETO DE LEI Nº 1994/2016
EMENTA:
DÁ O NOME DE ELIE WIESEL (PROFESSOR/1928-2016) A UM LOGRADOURO PÚBLICO DO MUNICÍPIO |
Autor(es): VEREADORA TERESA BERGHER
A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
D E C R E T A :
Art. 1º O Poder Executivo dará o nome de Elie Wiesel (Professor /1928-2016) a um logradouro público, preferencialmente na Zona Sul da Cidade do Rio de Janeiro ou no bairro da Barra da Tijuca.
Art. 2º Na execução desta Lei, o Poder Executivo observará o disposto na Lei nº 20, de 3 de outubro de 1977.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Plenário Teotônio Villela, 10 de agosto de 2016
Vereadora Teresa Bergher
Líder do PSDB
JUSTIFICATIVA
Elie Wiesel nasceu em 1928 em Sighet, uma pequena aldeia ao norte daTransilvânia, na Romênia, uma área que fez parte da Hungria de 1941 a 1945. Wiesel foi o único filho homem das quatro crianças de Shlomo, um dono de armazém, e sua esposa Sarah (Feig) Wiesel. Ele era dedicado ao estudo de Torá, Talmud e ensinamentos místicos do Chassidismo e Cabalá.
Os nazistas, liderados por Adolf Eichmann, entraram na Hungria na primavera de 1944 com ordens de exterminar uma estimativa de 600.000 judeus em menos de seis semanas. Wiesel tinha 15 anos quando os nazistas o deportaram junto com a família para Auschwitz-Birkenau.
Sua mãe e irmã mais nova morreram nas câmaras de gás na noite de sua chegada a Auschwitz-Birkenau. Ele e o pai foram deportados para Buchenwald, onde seu pai faleceu antes que o campo fosse libertado em 11 de abril de 1945. Somente depois da guerra, Wiesel soube que suas duas irmãs mais velhas, Hilda e Bera, haviam sobrevivido.
Wiesel viveu na França, morando primeiro na Normandia e mais tarde em Paris, trabalhando como tutor e tradutor. Escreveu para diversas publicações francesas e judaicas. Porém Wiesel jurou não escrever sobre suas experiências em Auschwitz-Birkenau porque duvidava de sua capacidade de transmitir adequadamente aquele horror.
O silêncio auto-imposto de Wiesel chegou ao fim na metade da década de 1950, quando entrevistou o vencedor do Prêmio Nobel, o novelista francês François Mauriac. Profundamente comovido pela história de Wiesel, Mauriac insistiu para que ele contasse ao mundo suas experiências e que "prestasse testemunho" em nome das milhões de pessoas que tinham sido silenciadas. O resultado foi Night, a história de um adolescente que sobreviveu aos campos e ficou devastado ao ver que o D'us que ele outrora adorara tinha permitido que seu povo fosse destruído. Daniel Stern, do Nation's, descreveu Night como "sem dúvida a mais poderosa relíquia literária sobre o Holocausto".
Wiesel foi Professor de Humanas na Universidade de Boston, onde também obteve o título de Professor da Universidade. Anteriormente, foi Professor Ilustre de Estudos Judaicos na Universidade da Cidade de Nova York (1972-76). Wiesel recebeu numerosos prêmios por suas atividades literárias e ligadas aos direitos humanos. Estes incluem a Medalha Presidencial da Liberdade, a Medalha de Ouro do Congresso dos Estados Unidos e a Medalha da Liberdade, além do título de Grande Oficial na Legião Francesa de Honra. O Presidente Jimmy Carter designou Wiesel como Diretor do Conselho do Memorial do Holocausto em 1978. Em 1986, Wiesel recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Pouco depois, Wiesel e sua mulher criaram a Fundação Elie Wiesel para a Humanidade.
Seus trabalhos em defesa do povo judeu e do Estado de Israel o tornaram merecedor de reconhecimento neste país, que em 2014 ventilou a possibilidade de lhe oferecer o cargo de chefe do Estado israelense, convite que, aparentemente, ele recusou.
Por essas razões, submeto o presente Projeto de Lei à apreciação desta Casa de Leis.