Desde sua fundação, o Clube do Samba tem servido de instrumento de combate à invasão da música estrangeira em nossos veículos de comunicação e, fundamentalmente, para divulgar e manter vivas todas as manifestações culturais populares de nosso país.
Durante sua trajetória, o Clube do Samba, inicialmente instalado na casa de seu presidente João Nogueira, tinha como atividade principal uma roda de samba no quintal de sua sede, onde se reuniram os maiores compositores e cantores de samba da história recente da música brasileira.
Em 1980, o Clube do Samba realiza com absoluto sucesso seus bailes na sede do Clube de Regatas Flamengo com uma orquestra de 30 músicos, dentre os quais, Luizão Maia, Rafael Rabelo, Neco, Mané do Cavaco, Biju, Juarez Araújo e tantos outros sob a batuta do maestro Nelsinho, além de uma mini bateria de escola de samba, regida por ninguém menos que Wilson das Neves. Era lá que os brasileiros anistiados se reencontravam com suas tradições, onde também eram brindados com pequenos shows de artistas como Djavan, Leny Andrade, Clara Nunes, Elza Soares, Miltinho, dentre outros grandes nomes da nossa música. Nessa mesma época, é lançado o jornal do Clube do Samba, com uma tiragem de 10 mil exemplares mensais, distribuído gratuitamente, em que colaboravam Moacir Andrade, José Carlos Rego, Sérgio Cabral e Roberto Moura.
Entre 81 e 82, apesar de contar com mais de 1000 pessoas em seu quadro social, o Clube do Samba, sem sede, fazia suas atividades no Clube Municipal e, posteriormente, na Associação dos Servidores Civis do Rio de Janeiro. Depois desses amargos dois anos, é criada uma sociedade anônima para gerir o Clube do Samba que, enfim, consegue uma nova sede na Barra da Tijuca onde poderia finalmente realizar suas atividades de forma plena, justificando sua razão de ser.
Num espaço de 1000 m2, com 600 m2 de área coberta – onde funcionavam a administração, a cozinha, os camarins e a casa de shows propriamente dita com capacidade para 600 pessoas sentadas, além de uma pequena galeria batizada com o nome de Guilherme de Brito, e a área ao ar livre, batizada como Praça Clara Nunes – o Clube do Samba programou e produziu o que de melhor existe na música brasileira. As segundas-feiras eram dedicadas a lançamentos de discos e livros; nas quartas-feiras as rodas de samba eram comandadas pelos mais tradicionais cantores e compositores como Baianinho, Xangô da Mangueira e Silvinho da Portela; quintas-feiras de bossa nova onde se apresentaram Tamba Trio, Zimbo Trio, Carlinhos Lyra e Milton Banana Trio entre outros; às sextas o tradicional baile com a orquestra do Clube do Samba; nas tardes de sábado, feijoada com roda de samba e à noite sempre um grande espetáculo de nomes como Beth Carvalho, Baden Powell, Elizeth Cardoso, Roberto Ribeiro, Dona Ivone Lara, Moreira da Silva, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Clementina de Jesus, Turíbio Santos, Alcione, Luiz Melodia, Moraes Moreira, Geraldo Azevedo, Sílvio Caldas e Martinho da Vila, entre outros; e a famosa domingueira com orquestra do maestro Juarez Araújo.
Paralelamente ao sucesso de sua casa de espetáculos, o Clube do Samba tinha em seu bloco – que começou a desfilar em 1980 – a forma mais carioca de se expressar, que, através do humor, criticava os grandes acontecimentos sócio-político-econômicos dos nossos governantes. Carlinhos de Jesus e Mocinha formavam o casal de mestre-sala e porta-bandeira e tendo entre seus desfilantes Clara Nunes, João Nogueira, Paulo César Pinheiro, João Bosco, Elizeth Cardoso, Martinho da Vila, Sérgio Cabral, Wladimir Palmeira, Albino Pinheiro e tantos outros, o bloco chegou a desfilar com mais de mil figurantes.
Entre os anos de 87 e 88 o Clube do Samba diminui de forma considerável a sua programação em virtude de problemas financeiros, o que se reflete também nos desfiles no bloco. Com o encerramento das atividades em 88, o Clube do Samba passa a ser, tão só e erradamente, conhecido como bloco de carnaval.
E hoje do “alto” de seus 35 anos de existência e resistência, o Clube do Samba mantem desde o ano 2013 no Imperator - Centro Cultural João Nogueira 2 oficinas musicais ,que formam anualmente cerca de 400 jovens e adolescentes das comunidades do Meier ,Engenho Novo ,Engenho de Dentro ,Lins de Vasconcelos e adjacências dando a eles a oportunidade da iniciação musical escrita e composta pelos músicos e compositores que escreveram e escrevem a história da Musica Popular Brasileira. Texto Original:
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