Inaugurado em 1872, fez parte do sistema de bondes da cidade até 1968. Neste ano, os bondes foram descontinuados - mas o bonde de Santa Teresa resistiu. De 1968 até 2011, o bonde funcionou em duas linhas, ambas saindo da Estação, na Carioca, uma em direção ao Silvestre, aos pés do Cristo Redentor; outra, em direção ao Largo das Neves. Eram as linhas Dois Irmãos e Paula Matos, respectivamente.
A passagem de R$0,60, paga apenas por aqueles que sentavam-se nos bancos, dava ao bonde um caráter oposto aos demais transportes públicos da cidade: era democrático. Quem fosse em pé ou pendurado, estudante ou idoso, não pagava. O bonde tinha a cara de Santa Teresa: promovia encontros entre vizinhos, entre gerações e entre os moradores da favela e do asfalto. Parava para que alguém embarcasse, assim como o morador de Santa Teresa para e cumprimenta um vizinho.
A importância do bonde é reconhecida por todos, todas e todes. Em 1983, as características externas do bondinho foram tombadas pelo governo estadual, que é responsável pela operação.
Em 27 de agosto de 2011, o bonde número 10 descarrilou em um trágico acidente que matou 6 pessoas, inclusive o motorneiro Nelson Correia da Silva, muito querido pela população do bairro. O serviço foi, então, descontinuado. Em 2013, dois anos após o acidente, iniciaram-se as obras de substituição da malha de trilhos e da rede elétrica. O bonde voltou a operar parcialmente em 2015, com carros novos que mantêm as características estéticas mas tem outros dispositivos de segurança. Até hoje, em 2022, apenas a linha Dois Irmãos está funcionando.
A grande reivindicação dos moradores de Santa Teresa é a volta do bonde Paula Matos. Todos os anos desde 2012, no dia 27 de agosto, é organizado um ato pela memória de Nelson e das demais vítimas do acidente e pelo restabelecimento do bonde Paula Matos. Esse dia se tornou um marco na história do bonde e do bairro, que reivindica, além da volta da linha Paula Matos, a reforma de sua garagem e estação e a construção do Museu do Bonde, para preservar a história e a memória deste meio de transporte que resistiu ao tempo, ao sucateamento e ao descaso estatal.
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