JUSTIFICATIVA
Mercedes Baptista nasceu no ano de 1921 no interior do estado do Rio de Janeiro. Iniciou seus estudos em dança com Eros Volúsia e, posteriormente, com o primeiro bailarino do corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Yuco Lindberg.
Em 1948, Mercedes torna-se a primeira bailarina negra a compor o corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Nessa mesma década, contribui como colaboradora, bailarina e, depois, coreógrafa do Teatro Experimental do Negro (TEN), buscando a valorização de artistas negros.
No ano de 1956, Baptista inaugura no Brasil uma companhia de dança com seu nome, alcançando projeção em vários lugares do País e também fora dele, como na Argentina e na França. O grupo intitulado Ballet Folclórico Mercedes Baptista configurou novos espaços para a cultura negro diaspórica, através da criação de um estilo que propunha a junção entre as técnicas clássicas do balé, da dança moderna, de danças populares brasileiras e de danças de matrizes africanas.
Na década de setenta, Mercedes é convidada para atuar como professora da Escola de Dança do Theatro Municipal. Como professora, ela assumiu a disciplina “Dança Afro-Brasileira”, o que permitiu legitimar de forma oficial a sua vertente específica de pesquisa de linguagem na área. Além do Theatro Municipal, ela recebeu convites para voltar aos Estados Unidos e ministrar algumas aulas em espaços de prestígio do ensino da dança, como o Connecticut College, o Harlem Dance Theather e o Clark Center.
A partir da década de 1990, Mercedes Baptista passa a ter sua trajetória de bailarina e coreógrafa cada vez mais reconhecida, sendo fonte de inspiração em homenagens e eventos, também realizados por muitas escolas de samba. Em 18 de agosto de 2014, aos 93 anos de idade, Mercedes vem a falecer.
A partir de sua obra e vida, Mercedes propõe um debate acerca da inserção do artista negro na sociedade, em suas distintas formas de expressão, trazendo à voga a discussão das manifestações artísticas negras como instrumentos de resistência e potencialização de subjetividades historicamente subalternizadas.
Nesse sentido, contamos com a colaboração desta Casa Legislativa para aprovação desse Projeto de Lei, que visa à implementação do Dia Municipal da Dança Afro- brasileira no calendário oficial do Município do Rio de Janeiro e, com isso, fomentar atividades em nossa Cidade que valorizem essa importante forma de expressão artística. Texto Original:
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