O título de Cidadão Honorário do Rio de Janeiro será concedido a pessoas que tenham reconhecidamente prestado serviços ao Município, ao Estado, à União, à democracia ou à causa da Humanidade. Ao ler esse mandamento da Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro tive a sensação de que se o legislador constituinte ao pensar em alguém que reunisse contribuições em todas as áreas, pensou em Carlos Nelson Coutinho. Poucas pessoas nos dias de hoje tem uma folha de serviços tão extensa quanto ele. Ao longo de toda sua carreira acadêmica, obteve notório e incontestável reconhecimento da comunidade universitária e da(s) área(s) de saber a que se vinculou. Carlos Nelson Coutinho foi Professor Titular da Escola de Serviço Social da UFRJ, desde 1986 a 2012, quando se aposentou.
Nascido em Itabuna, Bahia, em 28 de junho de 1943, Graduou-se em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia, 1965, atuou em diversas atividades tais como:
· Tradutor das editoras Civilização Brasileira e Paz e Terra (RJ), 1966-1974 e ainda, em 1980/2000, das editoras Graal (RJ), Brasiliense (SP), UNESP (SP) e Campus (RJ).
· Professor das Faculdades Bennett (RJ), 1984-1986.
· Professor Titular da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1986-2012.
· Diretor da Editora UFRJ, 2004-2011.
O legado do trabalho intelectual e acadêmico desenvolvido por Coutinho – pensador cuja intervenção nunca se limitou aos muros da Universidade e cuja coragem cívica custou-lhe o exílio durante a ditadura instaurada em abril de 1964 – torna-o mais do que merecedor do título que proponho. O conjunto das atividades desenvolvidas por ele pode ser agrupado em quatro eixos, mostrando-se mais do que suficiente para credenciá-lo:
a) o seu papel de vanguarda na cultura brasileira, explicitado, entre outros níveis, no pioneirismo na introdução de grandes pensadores europeus no debate intelectual brasileiro;
b) a sua produção teórica no âmbito das ciências sociais e humanas no Brasil, na Europa (particularmente na Itália) e na América Latina (nomeadamente no México, no Chile, no Uruguai, em Cuba e na Argentina);
c) a sua participação na renovação, desenvolvimento e consolidação da área do Serviço Social no Brasil e na América Latina, através de significativa intervenção teórico-pedagógica que incidiu efetivamente na afirmação de vários programas de pós-graduação no país e no continente;
d) o seu protagonismo no âmbito da Escola de Serviço Social da UFRJ onde, em 26 anos de atuação, tornou-se uma das principais referências acadêmicas, tanto no ensino de graduação e de pós-graduação (foram inúmeras as dissertações de mestrado e as teses de doutorado por ele orientadas, várias das quais tomaram posteriormente a forma de livros). Também foi relevante o seu papel em estruturas institucionais da UFRJ, entre as quais a Editora da Universidade, que dirigiu entre 2005 e 2011.
A) Pioneirismo na cultura brasileira
Os mais eminentes analistas da cultura brasileira (Antônio Cândido, Alfredo Bosi, Nelson Werneck Sodré, Raymondo Faoro, Roberto Schwarz, Michael Löwy) reconhecem que coube a Coutinho a pioneira introdução, em nosso país, da obra de dois pensadores europeus que, no século XX, tornaram-se referências mundiais no debate teórico-filosófico – o húngaro György Lukács e o italiano Antonio Gramsci.
No caso do primeiro, os seus trabalhos se tornaram conhecidos no Brasil a partir dos anos 1960 graças à atividade de Coutinho (em colaboração com seu grande parceiro intelectual, Leandro Konder). Coutinho empenhou-se, desde aqueles anos, na difusão (através de traduções e da organização de antologias) e na problematização (através da análise) do pensamento de Lukács. Em especial, Coutinho explorou criativamente as dimensões estéticas e filosóficas do pensador húngaro, considerado o maior pensador marxista do século XX.
Quanto a Gramsci, já nos anos 1960 Coutinho dedicou-se, pioneiramente, a traduzi-lo; mas foi na difusão do seu pensamento, a partir dos anos 1980, que Coutinho tornou-se referência nacional inconteste – inclusive com a aplicação de suas categorias à análise da sociedade brasileira: recorde-se que é consensual, entre os pesquisadores da formação social brasileira, tributar a Coutinho o original recurso a categorias analíticas como revolução passiva, nacional-popular e intelectual orgânico. Coube a ele, não por acaso, a responsabilidade pela edição brasileira, em dez volumes (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999/2005) das obras de Gramsci, num empreendimento que lhe valeu o reconhecimento internacional (atesta-o a sua designação para a vice-presidência da prestigiada International Gramsci Society).
O protagonismo de Coutinho no debate cultural brasileiro fez-se sentir, ademais de seus livros e das várias antologias de Lukács e de Gramsci que organizou (como organizador solo ou, no caso de Lukács, em trabalho conjunto com José Paulo Netto), pela sua intensíssima atividade como tradutor (mais de quarenta títulos vertidos ao português), que se estendeu da segunda metade dos anos 1960 à primeira década do presente século. Entre os muitos autores que traduziu, destaque-se (além de Lukács e Gramsci) Walter Benjamin, Norberto Bobbio, Agnes Heller, Henri Lefebvre e Adolfo Sánchez Vázquez; a magnitude do seu labor neste campo é emblematicamente expressa quando se examina a edição brasileira (Rio de Janeiro: Paz e Terra, 12 volumes, 1983/1989) da monumental História do marxismo, organizada por Eric J. Hobsbawm: Coutinho traduziu mais de 50% do material nela contido.
Enfim, cumpre assinalar, no marco do citado protagonismo, a atividade de Coutinho como conferencista: ao longo dos últimos trinta anos, ministrou conferências no Brasil (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Ceará), a convite de instituições de natureza acadêmica (por exemplo, o Instituto de Altos Estudos/IEA, da Universidade de São Paulo/USP) ou de outra natureza (por exemplo, a Academia Brasileira de Letras/ABL). Igualmente, cabe sublinhar que esta atividade transcendeu os limites nacionais, dada a sua participação em eventos de porte em outros países da América Latina (como em Cuba, por exemplo, como membro de júris da Casa de las Américas, ou no México, em seminário internacional promovido pela International Gramsci Society) e da Europa, especialmente na Itália (seja nas várias iniciativas dessa mesma sociedade científica ou de instituições universitárias).
B) Produção teórica nas ciências sociais e humanas no Brasil, na Europa e na América Latina – publicações principais.
A produção bibliográfica de Coutinho, cujos primeiros textos remontam aos anos 1960, cobre uma ampla e diversificada elaboração. Nela se registra uma obra que envolve livros, ensaios e artigos científicos, traduções, prefácios, introduções e apresentações de livros, material jornalístico etc., além da participação em inúmeros seminários e colóquios (acadêmicos ou não, uma vez que a intervenção de Coutinho extravasou os muros da academia, envolvendo inclusive o plano político-partidário). Embora o aspecto quantitativo não seja o mais importante, deve-se destacar que estamos diante de um volume expressivo e variado de trabalhos.
B.1) Livros
Os estudos de Coutinho publicados em livros abrangem temáticas relativas às ciências sociais e humanas. Mencionam-se, a seguir, os seus principais títulos.
Teoria e crítica literária:
- Literatura e humanismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.
- Realismo e anti-realismo na literatura brasileira (em co-autoria). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.
- Lukács, Proust e Kafka. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
Filosofia:
- O estruturalismo e a miséria da razão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1972 (tradução ao castelhano: El estructuralismo y la miseria de la razón. México: Era, 1973).
Teoria política:
- A democracia como valor universal. S. Paulo: Ciências Humanas, 1980.
- Gramsci. Porto Alegre: L&PM, 1981.
- A dualidade de poderes. S. Paulo: Brasiliense, 1985.
- Gramsci. Um estudo sobre o seu pensamento político. Rio de Janeiro: Campus, 1989.
- Contra a corrente. S. Paulo: Cortez, 2000.
- Marxismo e política. S. Paulo: Cortez, 1996 (tradução ao castelhano: Marxismo y política. Santiago (Chile): LOM Editores, 2011).
- Il pensiero político di Gramsci. Milano (Itália): Unicopli, 2006.
- De Rousseau a Gramsci. S. Paulo: Boitempo, 2011.
Análise da cultura brasileira:
- Cultura e sociedade no Brasil. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
B.2) Capítulos de livros
Dentre a numerosa contribuição de Coutinho a volumes de autoria coletiva, cabe destaque a:
- “Gramsci in Brasile”. In Hobsbawm, E. J. Gramsci in Europa e in America. Roma-Bari: Laterza, 1995.
- "Lukács, a ontologia e a política". In Antunes, R., Rego, W. L. (orgs.). Lukács. Um Galileu no século XX, São Paulo, Boitempo, 1996.
- “Grandeza e limites do Manifesto do Partido Comunista”. In Reis Filho, A. et alii, O Manifesto Comunista 150 anos depois. S. Paulo/Rio de Janeiro: Fundação Perseu Abramo/Contraponto, 1998.
- “Democrazia e socialismo in Gramsci”. In Baratta, G., Liguori, G. (orgs.). Gramsci da um secolo all’altro. Roma: Riuniti, 1999.
- “O conceito de política nos Cadernos do cárcere”. In Coutinho, C. N., Teixeira, A. P. (orgs.). Ler Gramsci, entender a realidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
- “La era neoliberal y la hegemonía de la pequeña política”. In Drago, C., Moulian, T., Vidal, P. (comp.). Marxismo en el siglo XXI. Santiago (Chile): LOM Editores, 2011.
Fazem parte desta contribuição os vários verbetes que elaborou para o grandioso Dizionario Gramsciano. 1926-1937 (918 páginas aos cuidados de G. Liguori e P. Voza), editado por Carocci Editore (Roma, 2009).
B.3) Organização de antologias
Das várias antologias organizadas por Coutinho, merecem destaque especial as que dedicou a Lukács e a Gramsci, exatamente os autores do século XX que mais influíram no seu trabalho intelectual:
- Marxismo e teoria da literatura (antologia de textos de G. Lukács). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
- O jovem Marx e outros escritos de filosofia (antologia de textos de G. Lukács; em colaboração com José Paulo Netto). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2007.
- Socialismo e democratização (antologia de textos de G. Lukács; em colaboração com José Paulo Netto). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2008.
- Arte e sociedade (antologia de textos de G. Lukács; em colaboração com José Paulo Netto). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009.
- O leitor de Gramsci (antologia de textos de A. Gramsci). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
B.4) Ensaios publicados em periódicos de ciências humanas e sociais
A longa listagem de ensaios (cerca de 50 títulos) que Coutinho publicou ao largo de mais de quatro décadas de contínuo trabalho intelectual é aqui dispensável; basta enunciar, dos anos 1960 aos 2010, os principais veículos de que se valeu para indicar as suas credibilidade e ressonância:
- Estudos sociais (Rio de Janeiro)
- Revista Civilização Brasileira (Rio de Janeiro)
- Études brésiliennes (Bruxelas/Paris)
- Escrita (São Paulo)
- Temas de ciências humanas (São Paulo)
- Encontros com a Civilização Brasileira (Rio de Janeiro)
- Teoria & Debate (São Paulo)
- Crítica marxista (Roma)
- Praia Vermelha (Rio de Janeiro)
- Serviço Social & Sociedade (São Paulo)
C) Intervenção na área do Serviço Social
Como se constata pelo exame da sua bibliografia, acima citada apenas nos seus títulos principais, a intervenção intelectual de Coutinho espraia-se pelos domínios da crítica cultural e teórica, em especial no âmbito da teoria política e da análise da cultura brasileira, a partir de sólido embasamento filosófico (afinal, pela sua formação acadêmica original, ele vem da área da Filosofia). A partir dos anos 1980, sua obra foi ganhando o estatuto de referencial de que hoje desfruta nos debates das ciências sociais e humanas na Universidade brasileira.
Sua relação com o Serviço Social teve início em 1986, quando, na condição de livre docente, ingressou no magistério na Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ como Professor Titular. Desde então, Coutinho passou a influir consideravelmente na produção de conhecimento desta área específica, através não só da sua produção bibliográfica já mencionada, mas ainda da sua intervenção como docente da ESS/UFRJ (a que se fará referência em seguida) e do seu sistemático envolvimento com o debate especificamente profissional.
Tal envolvimento patenteia-se no seu protagonismo, desde o final da década de 1980, nos principais fóruns do debate acadêmico da categoria profissional dos assistentes sociais – foi conferencista em muitos dos Encontros Nacionais de Pesquisadores do Serviço Social (ENPESS) e em várias das convenções nacionais da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS). Por outra parte, como docente de unidade acadêmica de Serviço Social, participou de eventos interinstitucionais de colaboração entre cursos de pós-graduação, no país (intervenção em eventos promovidos pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e na Universidade Federal de Pernambuco) e no exterior (intervenção em eventos promovidos pelo Departamento de Serviço Social da Universidad de la República, de Montevidéu, e pela Faculdade de Serviço Social da Universidad Nacional de La Plata, de La Plata).
Suas publicações em periódicos da área de Serviço Social (nomeadamente na tradicional revista Serviço Social & Sociedade e em Praia Vermelha, anteriormente citadas, bem como em Libertas, da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora) incidiram fortemente no debate profissional. É consensual entre os pesquisadores da área que foi a intervenção de Coutinho que introduziu (ou retificou, quando objeto de contrafações) na literatura profissional brasileira as categorias de sociedade civil, intelectual orgânico e pluralismo metodológico, hoje amplamente empregadas
D) Intervenção na Escola de Serviço Social/ESS da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ
A intervenção de Coutinho (que, como se viu pelas informações anteriores, desborda amplamente os limites da Escola de Serviço Social e mesmo da própria UFRJ) na nossa Unidade acadêmica foi decisiva, a partir da sua inserção em nosso corpo docente no ano de 1986.
Em primeiro lugar, cumpre enfatizar que Coutinho desempenhou um papel central na refundação, desenvolvimento e consolidação do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da ESS/UFRJ. Aqui, ao lado de outros docentes (José Paulo Netto, Marilda V. Iamamoto, Nobuco Kameyama, Jean-Robert Weisshaupt, José María Gómez), que tiveram expressiva atuação neste processo, sob a direção das professoras Maria Helena Rauta Ramos e Maria Ines Souza Bravo, Coutinho foi a principal liderança teórico-acadêmica além dos assistentes sociais no processo de renovação do Projeto de Mestrado em fins da década de 1980 e da criação e desenvolvimento do Curso de Doutorado em Serviço Social, em 1994. Este processo tornou a ESS/UFRJ – na esteira do processo de renovação da profissão no Brasil – um dos pilares dos avanços profissionais e acadêmicos da área no país, alçando-a à condição de agência nacional e internacional de formação de docentes e pesquisadores brasileiros e latino-americanos.
Além de ser um dos responsáveis pela reformulação do Mestrado e da criação do Doutorado, Coutinho foi o mais eminente professor do Programa de Pós-Graduação, assumindo disciplinas obrigatórias e eletivas e trabalhando como orientador de dezenas de dissertações e teses, muitas das quais publicadas (como livros ou artigos em periódicos especializados), ajudando a reforçar a massa crítica teórica da área. Lecionou também na Graduação, presidiu e/ou compôs inúmeras bancas de concursos públicos para provimento de cargos docentes e esteve presente, de 1987 a 2010, em praticamente todas as bancas dos exames de seleção para ingresso no Mestrado e no Doutorado. E foi Coutinho um suporte imprescindível na execução de convênios mediante os quais o nosso Programa de Pós-Graduação colaborou com a formação de mestres e doutores de outras instituições acadêmicas (como com a Universidade Federal de Pernambuco e a Universidad de la República/Montevidéu)
Em segundo lugar, no que decorre diretamente do anterior e tem a ver com a significativa ampliação da produção teórica da ESS/UFRJ, Coutinho contribuiu decisivamente para tornar a ESS/UFRJ um dos principais centros de formação e irradiação de ideias voltadas para o debate profissional. Boa parte dos novos autores da área de Serviço Social teve a sua formação fortemente influenciada por Coutinho e estão hoje atuando em cursos das principais universidades brasileiras: na própria UFRJ, na UERJ, na UFF, na UnB, na UFPE, na UFOP, na UFJF, entre outras. Também mestres e doutores estrangeiros que aqui se pós-graduaram (argentinos, uruguaios, chilenos, colombianos e africanos – de Moçambique e de Cabo Verde) usufruíram do privilégio de tê-lo como professor. Este papel formativo de Coutinho consolidou a ESS/UFRJ entre as faculdades mais qualificadas do Brasil, tanto no que diz respeito à titulação do seu corpo docente quanto no que se refere à produção teórica realizada – e é de mencionar que a nossa unidade acadêmica se destaca na formação de profissionais de excelência para o mercado de trabalho e na formação de nível pós-graduado, cujo Programa obteve a nota 6 na mais recente avaliação da CAPES.
Em terceiro lugar, Coutinho, presente em sala de aula durante todos os anos em que esteve na ESS/UFRJ, estimulou vigorosamente a formação de grupos de pesquisa, tendo sido um dos criadores, em 1990, do Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas/NEPEM.
A concessão do Título de Cidadão Honorário do Rio de janeiro a Carlos Nelson Coutinho não é tão somente o reconhecimento da obra de um dos mais influentes pensadores brasileiros do último terço do século XX e da primeira década do século XXI, reconhecido como tal no Brasil e no exterior. Nem o é, apenas, de uma brilhante trajetória acadêmica. É, sobretudo, o agradecimento desta Casa de leis, em nome da municipalidade a opção feita por Carlos Nelson Coutinho, de emprestar generosamente a esta cidade sua a solidariedade, espírito libertário e seu aguerrido combate pelas causas democráticas na busca de uma sociedade mais justa e fraterna.